A
Nova Jerusalém será o tabernáculo de Deus com os homens na eternidade. O
tabernáculo em Apocalipse não é um termo novo. Ele é plenamente revelado e
retratado em Êxodo 25 a 40. Então, João 1:14 diz que a Palavra tornou-se carne
e tabernaculou entre nós. Quando Jesus estava nesta terra, Ele era um
tabernáculo. Então, nos últimos dois capítulos
da Bíblia está o tabernáculo eterno. Portanto, para entender os dois últimos
capítulos de Apocalipse, temos de voltar e estudar Êxodo 25 a 40 e João 1:14.
O AGREGADO DE TODOS OS CANDELABROS
A
cidade santa na montanha de ouro é o agregado de todos os candelabros. A cidade
inteira tem uma rua (Ap 21:21; 22:2 - lit.), contudo essa única rua alcança
todas as doze portas. Como uma rua em uma cidade poderia servir as doze portas?
Também, a muralha tem cento e quarenta e quatro côvados de altura (21:17), e a
própria cidade tem doze mil estádios de altura (21:16). Esses fatos indicam que
a cidade propriamente dita deve ser uma montanha. No topo da montanha há um
trono, do qual a rua desce em espiral até a parte mais baixa para alcançar as
doze portas. Ela deve ser uma rua espiral, espiralando-se ao longo da montanha
até circular por todas as doze portas. Uma rua, descendo do topo até a parte
mais baixa, alcança e serve todas as doze portas. No topo dessa montanha de
ouro está o trono como o centro. No trono está Cristo como o Cordeiro com Deus
Nele (22:1). Esse Cordeiro é a lâmpada com Deus Nele como a luz (21:23; 22:5).
Isso indica que Deus está no Cordeiro assim como a luz está na lâmpada.
Essa
alta montanha de ouro é um suporte. Sobre esse suporte está uma lâmpada;
portanto, isso é um candelabro de ouro. Isso é um candelabro de ouro com Cristo
como a lâmpada e Deus dentro Dele como a luz, brilhando pela eternidade.
Assim, a cidade santa na montanha de ouro é o agregado de todos os candelabros,
a totalidade de todos os candelabros de hoje, brilhando para a glória de Deus
na eternidade no novo céu e nova terra.
A
Cidade e Sua Rua
A
cidade e sua rua são de ouro puro como vidro transparente (21:18b, 21b - lit.).
Ouro transparente representa a natureza de Deus. Os mestres da Bíblia em geral
concordam que, em prefiguração, ouro significa a natureza divina, a essência
divina.
Os
Doze Fundamentos e as Doze Portas
Os
doze fundamentos de doze pedras preciosas diferentes, levando o nome dos doze
apóstolos, representam todos os santos do Novo Testamento, representado por
estes doze apóstolos (21:14, 19, 20). A Nova Jerusalém é uma composição de
todos os santos redimidos, tanto do Velho como do Novo Testamento. Os doze
apóstolos representam os santos do Novo Testamento, enquanto os nomes das doze
tribos nas doze portas representam os santos do Velho Testamento (21:12, 13,
21a).
As
pérolas representam os santos
produzidos por meio do Cristo encarnado, crucificado e ressuscitado. Em Sua
encarnação Ele era como uma ostra viva nas águas da morte. Então, Ele foi ferido
por nós, as pequenas partículas de areia. Essas feridas levaram-No a liberar o
Seu suco de vida em volta de nós, assim tornando-nos pérolas. Aqui está a
encarnação, crucificação e ressurreição. Por meio desse processo nós, os grãos
de areia, tornamo-nos pérolas preciosas.
Pedras
Preciosas
O
fundamento e a muralha edificadas com pedras preciosas representam os santos
transformados pelo Espírito Santificador (21:19, 20, 18a, 11b). Fomos feitos do
pó, mas fomos regenerados em pedra e transformados em pedras preciosas. O pó,
regenerado em pedra e transformado em pedra preciosa, está qualificado para ser
usado como material para a edificação de Deus.
O
Comprimento, Largura e Altura da Cidade
O
comprimento, a largura e a altura da cidade são iguais, assim como o Santo dos
Santos no Velho Testamento tinha três dimensões iguais (1 Rs 6:20). A medida lá
é vinte côvados de comprimento, vinte côvados de largura e vinte côvados de
altura. Esse é o Santo dos Santos na prefiguração do templo. O Santo dos Santos
no tabernáculo tem dez côvados por dez côvados por dez côvados (Ex 26:2-8). Em
ambos os casos, as três dimensões são iguais. O princípio é que tal edificação
de três dimensões iguais representam o Santo dos Santos, que é o próprio lugar
onde Deus habita (Ap 21:16). A cidade inteira, então, é o próprio lugar de
habitação de Deus.
Sem
Templo
João
diz que ele não viu nenhum "santuário, porque o seu santuário é o Senhor,
o Deus Todo-poderoso e o Cordeiro" (21:22). Isso indica que a cidade
inteira é o templo. Primeiramente há o tabernáculo em Êxodo. Então, depois de
entrar na boa terra, os filhos de Israel edifícaram um templo, que substituiu o
tabernáculo. Mesmo antes de o templo ser edificado, em 1 Samuel 3:3 o
tabernáculo era chamado o templo. Isso quer dizer que o tabernáculo e o templo,
na realidade, referem-se a uma coisa só. Um podia ser desmontado e movido de
um lugar para outro no deserto; o outro tinha uma localização estabelecida na
boa terra como uma edificação mais permanente.
A
cidade santa é chamada o tabernáculo. No Velho Testamento o templo estava na
cidade de Jerusalém, mas em Apocalipse 21 e 22 a cidade inteira é o tabernáculo
e o templo. Esse templo não é somente a habitação de Deus, mas também o lugar
de habitação de todos os que O servem. Naquele tempo todos os santos serão
sacerdotes com um sacerdócio eterno. Todos nós O serviremos (22:3). O nosso
lugar de habitação, então, será o templo. A Nova Jerusalém é um grande templo,
onde tanto Deus como os Seus redimidos habitam juntos.
A
Glória de Deus como a Luz e o Cordeiro como a Lâmpada
"A
glória de Deus a iluminou, e o Cordeiro é a sua lâmpada" (Ap 21:23).
"Nem precisam eles de luz de candeia, nem da luz do sol, porque o Senhor
Deus brilhará sobre eles" (22:5). A glória de Deus como a luz e o Cordeiro
como a lâmpada, significam que Deus em Cristo é a luz da Nova Jerusalém na
eternidade. Na cidade nova não há necessidade de sol, da luz natural, nem de
nenhuma lâmpada feita por homens porque o próprio Deus será a luz e Cristo será
a lâmpada, brilhando Deus para iluminar a cidade inteira.Isso quer dizer que
Deus em Cristo é tudo na Nova Jerusalém.
O Trono de
Deus e do Cordeiro
O
trono de Deus e do Cordeiro é o centro administrativo da cidade. Dele procede
o rio da água da vida no meio da rua, com a árvore da vida, como uma videira,
crescendo ao longo das duas margens (22:1, 2). A rua é uma espiral, e o rio
está na rua. Desde que a árvore da vida cresce ao longo de ambas as margens do
rio, ela deve ser uma videira. Uma árvore ereta não poderia crescer nas duas
margens. Ela deve ser, portanto, uma videira, crescendo espiralmente ao longo
da rua. João 15 fala de uma videira (v. 1). Jesus é a videira, que é a árvore
da vida.
Em
um programa de rádio um mestre da Bíblia foi perguntado acerca da árvore da
vida. Ele disse que a árvore da vida já não existe. Isso é incorreto. A árvore
da vida permanece hoje, e ela permanecerá para sempre. Em Apocalipse 2:7 o
Senhor Jesus disse que àquele que vencer Ele "dará de comer da árvore da
vida". Ainda hoje essa promessa está sendo cumprida. A árvore da vida, da
qual estamos comendo, é Jesus (Jo 6:57). O Senhor Jesus nos disse, por um
lado, que Ele é o pão da vida (6:48), tipificado pelo maná. Então, por outro
lado, Ele nos disse em João 15 que é a videira, e em 14:6 que Ele é a vida.
Como a videira e a vida Ele é a árvore da vida. A árvore da vida em Gênesis 2:9
representa Cristo. Ele veio a nós como a realidade em João 14 e 15. Ainda hoje
Ele é a árvore da vida da qual podemos comer.
A
árvore da vida, como a videira crescendo ao longo das duas margens do rio,
significa que Deus no Cordeiro é o centro da Nova Jerusalém e a supre com a Sua
vida divina para nutri-la e satisfazê-la. A rua, na qual o rio da água da vida
flui, desce do topo da montanha espiralmente para alcançar todas as doze portas
nos quatro lados da cidade para sua comunhão (22:1, 2). A rua é para
comunicação; comunicação é comunhão. Em 1 João 1:1 e 3 vemos que dessa vida
divina sai a comunhão divina. A rua, o rio e a árvore da vida são para
comunhão. Hoje, na restauração do Senhor, estamos nessa comunhão, que está ao
longo da rua com o rio fluindo e a árvore crescendo.
A NOIVA, A
ESPOSA DO CORDEIRO
A
consumação final e máxima é a noiva, a esposa do Cordeiro (21:2, 9). A cidade
santa inteira é uma noiva. No Evangelho de João, quando os discípulos de João
estavam com ciúmes de Jesus, João disse: "O que tem a noiva é o
noivo" (Jo 3:26-29). Como o amigo do Noivo, João estava alegre por seus
seguidores o deixarem e irem a Jesus, porque Ele era o noivo. A regeneração em
João 3 é para a produção da noiva.
Consumadamente,
seremos uma mulher coletiva pela eternidade (Ap 21:2). O único homem pela
eternidade é nosso Deus, nosso Redentor, nosso Senhor. Seremos uma mulher
coletiva para combinar com Ele. Finalmente, então, o que provém da dupla obra
de Deus — criação e edificação — é um casal. Deus está casado com o homem e o
homem está casado com Deus. Na conclusão dos sessenta e seis livros da Bíblia
está Apocalipse 22:17 que diz: "O Espírito e a noiva dizem..." A conclusão
da Bíblia é aquilo que o casal diz.
Essa
noiva que combina com o Espírito é a consumação final e máxima de todos os
homens tripartidos, redimidos, regenerados, transformados e glorificados. O
Espírito é o Espírito todo-inclusivo como a consumação final e máxima do Deus
Triúno. O Espírito é o Deus Triúno alcançando-nos, pois O que alcança é a
consumação. Ele passou pelos processos de encarnação, viver humano,
crucifícação, ressurreição e ascensão.
Hoje
o nosso Deus é um Deus processado. No princípio era a Palavra, e a Palavra era
Deus, e essa Palavra tornou-se carne. A encarnação é um processo. Esse que se
encarnou, viveu na terra na casa de um pobre carpinteiro. Depois de trinta e
três anos e meio Ele foi levado como um cordeiro para o matadouro, e foi
imolado na cruz. Isso também foi um processo. Ele foi ao Hades (At 2:27; Ef
4:9), e Ele entrou na ressurreição. Esses também são processos. Certamente
todos esses passos são processos pelos quais Ele passou. Hoje nosso Deus não
pode ser igual ao que era antes da encarnação.
Vocês
crêem que Deus é igual ao que era antes da encarnação? Hebreus 13:8 diz:
"Jesus Cristo ontem e hoje é o mesmo, e o será para sempre." Se
disserem que desde a Sua ressurreição Ele é o mesmo ontem, e hoje e para
sempre, concordo com vocês; mas se disserem que esse versículo é verdadeiro
para Jesus antes da encarnação, eu não concordo. Ele não tinha carne antes de
Sua encarnação. Por todos esses processos Deus tornou-se nosso Redentor, nosso
Salvador e nossa vida. Ele até mesmo tornou-se o Espírito que dá vida, rico,
abundante, dentro de nós hoje.
Assim,
na conclusão da Bíblia está a consumação do Deus Triúno processado, enquanto a
esposa é o agregado e a consumação de todos os homens tripartidos, redimidos,
regenerados, transformados e glorificados. Aleluia! O Deus Triúno casa com o
homem tripartido. Eis aqui um casal eterno expressando o Deus Triúno pela
eternidade. O homem tripartido na eternidade estará desfrutando desse rico
Deus Triúno.
Fomos
escolhidos e predestinados, e fomos chamados, salvos e regenerados. Agora
estamos sendo transformados para sermos materiais preciosos para que possamos
ser edificados a fim de sermos uma casa espiritual, para servir a Deus e para
ser o Corpo de Cristo e expressá-Lo. Esse é o nosso objetivo. Somos os filhos
de Deus, sendo transformados para que possamos ser edificados como uma casa
para servir a Deus e como o Corpo para expressar Cristo.
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