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sábado, 24 de novembro de 2012

O REINO: A DIFERENÇA ENTRE O REINO DE DEUS E O REINO DOS CÉUS










Leitura da Bíblia: Mt 11:11; 16:18, 19; 5:3, 10, 20; 7:21; 13:24, 25; 25:1, 14; 19:28, 29; 24:45-47; 25:19, 23; Ap 11:15; 20:4, 6; 1 Co 15:24; Ap 21:1,2,3-7; 22:2-5,14,17

A DIFERENÇA ENTRE O REINO DE DEUS E O REINO DOS CÉUS

O Reino de Deus

A maioria dos cristãos não percebem que existe uma diferença entre o reino de Deus e o reino dos céus. En­tretanto, o Novo Testamento faz uma clara distinção entre os dois.
O reino de Deus é o governo divino de eternidade a eternidade. Ele inclui Adão no Éden (Gn 2:8), os Patriarcas (de Adão a Jacó), a nação de Israel (Êx 19:6), a igreja (Mt 16:18, 19), a nação restaurada de Israel (At 1:6; 15:16), o milênio (Ap 20:4, 6), e o novo céu e a nova terra (Ap 21:1, 2). Atos 1:6 e 15:16 revelam que a nação restaurada de Israel é chamada de tabernaculo de Davi. A nação de Israel será restaurada na volta do Senhor. Depois disso será o milênio e, finalmente, o novo céu e nova terra. O reino de Deus abrange todas as dispensações da eternidade passada à eternidade futura. No diagrama há seis círculos, os quais in­cluem todas as dispensações da eternidade passada à eternidade futura. A totalidade desses seis círculos é o reino de Deus.

O Reino dos Céus

O reino dos céus é o governo celestial do início da igreja ao final do milênio, a parte crucial do reino de Deus. No diagrama há dois círculos delineados em azul, significando o reino dos céus. O reino dos céus é uma parte do reino de Deus assim como Sergipe e Goiás são parte do Brasil. Ser­gipe e Goiás são Brasil, mas não é correto dizer que o Brasil é Sergipe e Goiás. Da mesma forma, podemos dizer que o reino dos céus é o reino de Deus, mas não podemos dizer que o reino de Deus é o reino dos céus. O reino dos céus é o reino de Deus porque ele é parte do reino de Deus. O reino de Deus refere-se ao reino de Deus de uma forma geral, da eternidade passada à eternidade futura, mas o reino dos céus inclui somente duas partes do reino de Deus: a dispensação da graça e o milênio.

Um Período Transicional

O ministério de João Batista começa o Novo Testamen­to, mas ele mesmo não estava no reino dos céus. Mateus 11:11 confirma isto: "Entre os nascidos de mulher, ninguém apareceu maior do que João Batista; mas o menor no reino dos céus é maior do que ele." Este versículo indica que João não estava no reino dos céus.
Entre o fechamento da era do Velho Testamento e o começo do reino dos céus houve um período transicional. Tal foi o tempo no qual João viveu. Ele estava próximo ao reino dos céus, mas não estava nele.
Mateus 21:43 e Marcos 12:9 indicam que o reino de Deus existia antes do tempo de João Batista. O Senhor Jesus disse aos líderes judeus que o reino de Deus seria tirado deles. Naquele tempo quando o Senhor Jesus estava falando, o reino de Deus estava com a nação judaica, mas Ele os es­tava prevenindo de que o reino de Deus seria tirado deles. Esses versículos indicam que o reino de Deus já existia entre os israelitas. O reino dos céus, em contraste, tinha somente se aproximado (Mt 3:2; 4:17). Aqui novamente está evidente que o reino dos céus é diferente do reino de Deus.

Começando em Pentecoste

Em Mateus 13 há muitas parábolas. A primeira é a parábola do semeador. Quando o Senhor Jesus veio como o semeador para semear a semente, o reino dos céus não havia vindo ainda; ele tinha somente se aproximado (Mt 3:2; 4:17;
É na segunda parábola, do trigo e do joio, que o reino dos céus está presente. O Senhor Jesus disse: "O reino dos céus é semelhante a um homem que semeou boa semente no seu campo" (13:24). O reino de Deus estava ali durante a pregação de João, de Jesus e de Seus discípulos. Naquele tempo, entretanto, não havia o reino dos céus. Em Mateus 3:2 João Batista disse: "Arrependei-vos porque está próximo o reino dos céus." Jesus começou o Seu ministério da mesma maneira, dizendo às pessoas para se arrependerem, pois o reino dos céus estava próximo (4:17). Em 10:7 o Senhor Jesus incumbiu os doze para pregar que o reino dos céus es­tava próximo.
Em Mateus 21:43, porém, o Senhor disse aos líderes judeus "que o reino de Deus vos será tirado e será entregue a um povo que lhe produza os respectivos frutos." Disto vemos que o reino de Deus estava com a nação de Israel desde o tempo de Êxodo 19:6. No tempo em que o Senhor Jesus falou a palavra em Mateus 21:43, o reino de Deus estava ali, mas o reino dos céus somente estava próximo.
Em Mateus 16:18, 19 o Senhor Jesus disse a Pedro que Ele edificaria a Sua igreja e que Ele daria a Pedro as chaves do reino dos céus. Pedro usou uma dessas chaves para abrir a porta para os crentes judeus entrarem no reino dos céus no dia de Pentecoste. Aqui está outra indicação de que o reino dos céus começou no dia de Pentecoste.
No diagrama há uma flecha, sobre a qual se lê: "A descensão do Espírito Santo" (At 2:1-4). A descensão do Espírito Santo no dia de Pentecoste marca o início do reino dos céus e o início do cumprimento da parábola do trigo e do joio. No dia do Pentecoste, Satanás começou a semear joio, falsos crentes, no meio do trigo, os crentes.


A REALIDADE DO REINO DOS CÉUS

A realidade do reino dos céus, como a realidade da vida da igreja (Rm 14:17), é revelada em Mateus 5—7. João 3:5 revela que a regeneração é a nossa entrada no reino de Deus. Entrar no reino de Deus requer a regeneração como um novo começo de nossa vida (Jo 3:3, 5), mas "entrar no reino dos céus" exige justiça excedente em nosso viver depois de termos sido regenerados (Mt 5:20). Mateus 5—7 nos mostra a realidade do reino dos céus.


A APARÊNCIA DO REINO DOS CÉUS

A aparência do reino dos céus é revelada nas parábolas do joio, do grão de mostarda e do fermento em Mateus 13:24-42. A aparência do reino dos céus é a cristandade, que está cheia de coisas falsas. O joio são os crentes nominais, fal­sos. Há muitos desses "crentes"na cristandade.
Fermento, na Escritura, significa coisas malignas (1 Co 5:6, 8) e doutrinas malignas (Mt 16:6, 11, 12). Práticas pagas, doutrinas heréticas e assuntos malignos têm sido misturados aos ensinamentos com respeito a Cristo para fermentar toda a cristandade.
O Natal é um exemplo desse fermento. Originalmente, 25 de dezembro era um dia em que os antigos romanos celebravam o nascimento do sol. Com a expansão da Igreja Católica, ela assimilou esta festa antiga porque tinha milhares de incrédulos que ainda queriam celebrar o nascimento do deus deles. Para acomodá-los, a Igreja Católica tomou 25 de dezembro como o nascimento de Cristo. Essa é a origem do fermento do Natal.
O Natal na realidade não tem nada a ver com Cristo ou com a igreja. Na restauração do Senhor temos somente Cris­to.
A Páscoa é outro exemplo de fermento. Como cristãos agradecemos ao Senhor pela Sua ressurreição, mas Páscoa, um "feriado cristão "de origem paga e cheia de práticas pagas; é fermento.
Com o papa e os cardeais da Igreja Católica Romana também podemos ver a cristandade, a aparência do reino dos céus. Não queremos estar na aparência; queremos estar na realidade. Se vivermos na realidade do reino dos céus hoje, desfrutaremos sua manifestação no futuro.


A MANIFESTAÇÃO DO REINO DOS CÉUS

A profecia em Mateus 24:30—25:30 revela a manifestação do reino dos céus. O milênio tem tanto o aspec­to celestial como o aspecto terreno. A manifestação do reino dos céus é a parte celestial do milênio. Essa manifestação é o reino do Pai. Mateus 13:43 diz: "Então os justos resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai." Os justos são os vencedores, que serão a luz brilhando no reino de seu Pai. Na parte celestial do milênio — a manifestação do reino dos céus, o reino do Pai — os santos vencedores reinarão com Cristo como co-reis.


A RECOMPENSA DISPENSACIONAL DE CRISTO

O reino de Deus é uma parte da salvação eterna de Deus para todos os crentes, cuja entrada é a regeneração (Jo 3:5). A salvação eterna de Deus inclui Seu reino. Para entrar nesse reino precisamos ser regenerados.
O reino dos céus, entretanto, é a recompensa dispensacional de Cristo para Seus seguidores fiéis, cuja entrada é justiça excedente e fazer a vontade de Deus (Mt 5:20; 7:21). O reino dos céus é a recompensa dispensacional de Cristo porque ele é somente um período de mil anos. Recebemos a salvação eterna; mas, e, quanto a recompensa dispensacional? Isso está pendente. Ela será dada aos seguidores fiéis de Cristo.
D. M. Panton certa vez disse que os mestres cristãos dos seus dias estavam distribuindo entradas para as pessoas entrarem no reino dos céus. Quando eles chegarem lá, entretanto, disse Panton, o porteiro dirá a eles que os seus bi­lhetes não são genuínos. De acordo com Panton, muitos pregadores cristãos estavam enganando os ouvintes e dando-lhes bilhetes sem valor. Panton estava muito claro acerca da questão do reino dos céus.
Enquanto a salvação é eterna, a recompensa é dispen-sacional. Essa recompensa dispensacionsal é condicional. Se um estudante faz um excelente trabalho nos estudos, por exemplo, ele será recompensado em sua formatura. Ele tem-se autodisciplinado para obter notas altas para que possa obter uma recompensa. Como cristãos, temos de exercitar a nós mesmos sob a disciplina de Deus todos os anos de nossa vida cristã, a fim de receber a recompensa do reino dos céus. Muitos cristãos hoje vivem de uma maneira relaxada porque eles não percebem essa questão da recompensa e punição dispensacional. Por causa disso, há a necessidade da restauração da verdade com respeito ao reino.
Em 1936 publiquei um livrete sobre a entrada no reino do céus. O irmão Watchman Nee encorajou-me a escrever mais sobre esse assunto. Ele me falou de um irmão afastado, que depois de ler o livrete, foi reavivado e trazido de volta ao Senhor. Como resultado, em 1939 publiquei várias mensagens sobre a questão do reino dos céus.
Como cristãos, temos de ser cuidadosos para não per­dermos nossa recompensa. A nossa salvação jamais pode ser perdida. Ela é assegurada pela nossa predestinação por Deus. Calvino é forte na questão da predestinação eterna, com a qual concordamos, mas ele não viu a recompensa dispen­sacional. Sem essa chave não há maneira satisfatória para interpretar muito de Mateus e das cinco advertências no livro de Hebreus (2:1-4; 3:7—4:13; 5:11—6:20; 10:19-39; 12:1-29). Temos de pegar a chave para interpretar essas cinco advertências em Hebreus. A chave é a disciplina dispen­sacional.

Recompensa ou Punição

Os cristãos ou receberão recompensa ou sofrerão dis­ciplina. A recompensa é a realeza a ser exercida por Cristo com os Seus seguidores fiéis nos mil anos. A punição é revelada em Mateus 24:50, 51: "Virá o senhor daquele servo em dia em que não o espera, e em hora que não sabe, e castigá-lo-á, lançando-lhe a sorte com os hipócritas; ali haverá choro e ranger de dentes." Na volta do Senhor os cristãos relaxados e infiéis sofrerão punição.
Não pense que o Senhor é bondoso demais para não puni-lo. Um bom pai sempre disciplina os filhos. Disciplina é um sinal de amor (Hb 12:6, 7). Fomos escolhidos, predes­tinados, chamados e regenerados; agora estamos desfrutando a riqueza da graça do Senhor. Se recusarmos tomar o cami­nho do Senhor, não devemos pensar que quando morrermos nossos problemas acabarão. Isso não é lógico.
Um dia o Senhor voltará e estabelecerá o Seu trono de julgamento. Aqui Ele julgará não os incrédulos mas os cren­tes. Em 2 Coríntios 5:9 Paulo disse que ele anelava ser agradável ao Senhor. Então continuou dizendo: "Porque im­porta que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo" (v. 10). Na volta do Senhor, nós, cristãos, teremos de prestar contas a Ele no Seu trono de julgamento. Seu julgamento decidirá se seremos recompen­sados com uma entrada no reino dos céus ou se seremos punidos de alguma forma. Os cristãos derrotados sofrerão perda (1 Co 3:15).

A Necessidade de Arrependimento e Confissão

A redenção de Cristo é completa e perfeita, contudo ainda precisamos confessar os nossos pecados para que sejamos perdoados (1 Jo 1:9). Como cristãos precisamos nos arrepender diariamente para sermos trazidos de volta à economia de Deus. Muitos cristãos morrerão com problemas não resolvidos entre eles e o Senhor. Eles cometeram pecados depois de serem salvos, contudo, nunca os confes­saram nem se arrependeram. O perdão de Deus e a purificação de Cristo para os crentes quando pecam estão baseados na confissão deles. Se não confessamos, Deus não perdoa. Se não confessamos, Cristo não purifica. Achar que podemos viver negligentemente e que não teremos problemas depois da morte é ilógico. Temos de prestar contas a Ele. A verdade do reino é muito sóbria. Ela nos desperta. Quando o Senhor voltar, Ele voltará como nosso Noivo, mas também como nosso juiz (2 Tm 4:1,8).

Vencedores

Entre os crentes nas sete igrejas em Apocalipse 2 e 3 existem alguns vencedores fiéis, a quem o Senhor promete uma recompensa (Ap 2:7, 11, 17, 26-29; 3:5, 6,12,13, 21, 22). Esses vencedores que vivem na realidade do reino dos céus na era presente da igreja, serão os seguidores fiéis de Cristo na manifestação do reino dos céus. Eles serão recompen­sados com o desfrute da vida eterna no milênio (Mt 19:28, 29; 24:45-47; 25:19-23). Eles também serão co-reis com Cris­to no milênio (Ap 20:4, 6; 2 Tm 2:12).


O MILÊNIO

O milênio tem uma parte terrena e uma parte celestial. A parte terrena é o reino do Messias (2 Sm 7:13), o tabernáculo de Davi (At 15:16), o reino do Filho do homem (Mt 13:41; Ap 11:15). O reino do Pai é a parte celestial do milênio. O reino do Filho do homem é a parte terrena do milênio. No milênio, os vencedores na parte celestial reinam com Cristo sobre a parte terrena. Na parte terrena está o reino restaurado de Davi, onde Cristo como o Filho do homem, o descendente real de Davi, será o Rei sobre os fi­lhos de Israel.
Durante este tempo os filhos de Israel serão sacerdotes (Zc 8:20-23; Is 2:2, 3). Os santos vencedores serão reis na parte celestial, e a nação restaurada de Israel será os sacer­dotes na parte terrena, ensinando as nações a conhecer a Deus e a servi-Lo. As nações serão o povo na parte terrena do milênio (Mt 2:32-34). As ovelhas em Mateus 25 serão as nações e as nações serão o povo.
No milênio, então, haverá três tipos de povos: os santos vencedores como reis na parte celestial, os judeus res­taurados como os sacerdotes na parte terrena, e as ovelhas, as nações, como o povo. Os santos vencedores terão as nações para governar e os judeus terão as nações para en­sinar. As nações serão o povo governado por nós e ensinado pelos judeus.
O reino dos céus terminará no milênio (Ap 20:7). O reino de Deus, entretanto, continuará pela eternidade.


O REINO DE DEUS EM SUA MAIS PLENA EXTENSÃO

A mais plena extensão do reino de Deus começará no novo céu e nova terra (1 Co 15:24; Ap 21:1, 2). Neste reino eterno todos os santos redimidos ao longo dos séculos desfrutarão as bênçãos eternas da vida eterna na Nova Jerusalém, como filhos de Deus e reis com Cristo sobre as nações para sempre (Ap 21:6, 7; 22:3b-5, 14, 17). Como família real, teremos dois títulos: filhos de Deus e reis sobre as nações. O remanescente das nações purificadas será o povo das nações para desfrutar eternamente a bênção res­taurada da criação de Deus (Ap 21:3-5; 22:2b, 3a).
Até aqui vimos um quadro claro do reino de Deus e do reino dos céus. O nosso Deus tem um reino para levar a cabo o Seu propósito, cumprir a Sua vontade, e exercer a Sua justiça. Esse reino mostra a Sua multiforme sabedoria. O nosso Deus é justo, sábio e de propósito. A verdade do reino nos encorajará a prosseguir, e ela também será uma advertência para estarmos no lugar correto e no trilho cor­reto a fim de chegarmos ao destino correto.


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