Páginas

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

O RIO FLUINDO DA CASA : DEUS É ALIMENTO E ÁGUA PARA O HOMEM WITNESS LEE










 ( Texto estraido do Estudo vida de Ezequiel, mensagem vinte e seis, witness Lee, Living Stream Ministry)

Leitura bíblica: Ez 47:1-12; Sl 36:8; 46:4; Jl 3:18b; Zc 14:8a
O livro de Ezequiel fala de dois rios. O primeiro rio, no capítulo um, é o rio Quebar que estava no lugar onde o povo de Deus era mantido em cativeiro. O segundo rio, no capítulo quarenta e sete, é o rio da vida na terra santa. O primeiro rio é para levar a cabo o julgamento; o segundo rio é para suprimento de vida. Estar próximo ao rio Quebar é estar num lugar de disciplina, mas estar próximo ao rio de água viva é estar num lugar para receber vida. Nesta mensagem consideraremos o rio que fluindo da casa. 

DEUS É ALIMENTO E ÁGUA PARA O HOMEM

Gênesis 2 fala da árvore da vida (v. 9) e de um rio que saía do Éden para regar o jardim (v. 10). A árvore e o rio significam que Deus deseja Se dar ao homem como vida. A árvore da vida indica que Deus quer que nós O comamos, e o rio indica que Ele quer que nós O bebamos. A árvore e o rio em Gênesis 2 são o começo de duas linhas—uma com respeito a Deus como alimento vivo e a outra respeito a Deus como água viva—que corre ao longo da Bíblia até que elas se consumam com a árvore da vida e com o rio da água da vida em Apocalipse 22. No que diz respeito a Deus como alimento do homem, a Bíblia fala da carne do cordeiro, o pão sem fermento, o maná, as várias ofertas, e todos os produtos, animal e vegetal, da boa terra de Canaã. Em João 6 o Senhor Jesus falou claramente sobre isso: “Eu sou o pão da vida” (v. 48); “Eu sou o pão vivo que desceu do céu” (v. 51); “Minha carne é verdadeira comida, e Meu sangue é verdadeira bebida” (v. 55); “quem de Mim se alimenta, por Mim viverá” (v. 57). Com respeito a Deus como água para o homem beber, a Bíblia fala de fontes de água para homem (Êx 15:27), a água que sai da rocha (17:6; Nm 20:11; 1Co 10:4), a água do poço (Nm 21:16-17), e água que sai da terra (Jz 15:19). Salmo 36:8b diz, “E na torrente das tuas delícias lhes dás de beber. Salmo 46:4 diz, “Há um rio, cujas correntes alegram a cidade de Deus, o santuário das moradas do Altíssimo.” Joel 3:18 diz, “Uma fonte sairá da Casa do Senhor.” Zacarias 14:8 diz, “Naquele dia, também sucederá que correrão águas vivas de Jerusalém.” O Evangelho de João fala da água viva em 4:14 e 7:37-38. Essas porções da Palavra revelam que Deus como água viva tem fluido desde a eternidade para satisfazer nossa sede. 

A porção da Palavra que descreve o fluir da água viva de Deus com mais detalhes é Ezequiel 47. É significativo que o fluir do rio da vida não está no capítulo um. Naquele capítulo, em vez de o rio da vida, havia um fogo consu-mindo. No capítulo trinta e sete havia um vento que se tornou sopro para nós, mas não havia nenhuma água fluindo. O fluir da água não começou até o capítulo quarenta e sete. A água não pôde vir antes do capítulo quarenta e sete, porque a casa não tinha sido edificada. 

OS FATORES QUE PRODUZIRAM O RIO

Vários fatores cruciais trouxeram o fluir do rio. O primeiro foi a edificação e a conclusão da casa. Seguindo isto, o povo começou a viver segundo a casa, segundo o seu padrão, leis e estatutos. Todo o viver diário e a conduta deles começaram a ser segundo a forma, modelo, padrão, estatutos e as leis da casa (43:10-11). Segundo, aqueles que serviam, os sacerdotes, estavam servindo o Senhor à sua própria maneira. Finalmente, havia todas as ofertas: um cordeiro de dois anos, a sexta parte do trigo e cevada, e um him de azeite. Havia ofertas anuais, ofertas mensais, ofertas diárias, e todas as festas solenes. Precisamos perceber que a experiência de todos esses assuntos trouxe o fluir do rio. 

Quando o Senhor viu todas essas coisas, Ele deve ter ficado muito contente. Ele tinha uma casa—o lugar do Seu trono, um lugar para as plantas dos Seus pés, um lugar onde Ele poderia habitar para o Seu descanso e satisfação. Ele viu a casa com suas formas e estatutos, e viu os sacerdotes e as ofertas. Então, Ele enviou o fluir do rio, e o rio começou a fluir da casa. 

Agora podemos entender por que não há menção do fluir do rio antes do capítulo quarenta e sete. O fluir do rio depende da edificação. Sempre que e onde quer que um grupo de crentes estejam edificados em unidade como descrito por Ezequiel, haverá o fluir do rio da edificação. Se há edificação em sua localidade, o fluir virá da edificação. Suponha que em relação à igreja em sua localidade o Senhor diga, “Este é o lugar do Meu trono, este é o lugar onde posso colocar as plantas dos Meus pés, e este é o lugar onde posso habitar, descansar, e ficar satisfeito.” Se o Senhor é capaz de dizer isso sobre seu lugar, o rio certamente fluirá da edificação. 

Hoje muitos cristãos zelosos prestam atenção ao avanço e à obra do evangelho no campo de missão, contudo a situação deles é bastante pobre. Eles saem para trabalhar para o Senhor, mas nenhum fluir os segue, porque negligenciam a fonte—a edificação da igreja. Não pode haver nenhum fluir à parte da edificação genuína. Se houver uma edificação forte nas igrejas locais, haverá o rio fluindo da edificação para outros lugares. Haverá o fluir, um transbordar e o impacto. 
Como precisamos de edificação! Precisamos que a igreja seja edificada como o templo, a casa de Deus. O fluir de Deus resultará de tal edificação. A expansão depende da edificação. A pregação do evangelho depende de edificação. Essa é a razão de em João 17:23 o Senhor Jesus dizer que quando formos aperfeiçoados na unidade, o mundo saberá que o Pai enviou o Filho. Isso significa que quando somos edificados como um só, o mundo será convencido. A situação divisiva do cristianismo limita grandemente o impacto do evangelho. 

ÁGUA FLUINDO DO LIMIAR

Ezequiel 47:1a diz, “Depois disto, o homem me fez voltar à entrada do templo, e eis que saíam águas de debaixo do limiar do templo, para o oriente; porque a face da casa dava para o oriente.” De forma que a água pudesse fluir adiante, deveria haver um limiar, uma abertura pela qual pudesse fluir. Isso indica que se nós, por meio de Cristo, temos mais contato com Deus e nos tornamos mais íntimos Dele, haverá uma abertura que permitirá a água viva de Deus fluir da igreja. 
O RIO FLUINDO PARA O ORIENTE
E as águas vinham de baixo, do lado direito da casa, do lado sul do altar (v. 1b). O oriente é a direção da glória do Senhor (Nm 2:3; Ez 43:2). O fluir para o oriente indica que o rio de Deus sempre fluirá na direção da glória de Deus. O rio se importa com a glória de Deus. 

Tudo na vida da igreja deve ser para a glória de Deus. Por exemplo, em nossa pregação do evangelho, devemos buscar a glória de Deus. Se nossa pregação do evangelho for para a glória de Deus, haverá um fluir de água viva. Porém, se não nos importarmos com a glória de Deus, o fluir será limitado. Todos na igreja devem buscar e se importar com a glória de Deus. Então a água viva fluirá da igreja. 

A ÁGUA FLUINDO DO LADO DIREITO DA CASA

Ezequiel 47:1c também nos diz que as águas fluíam do lado direito da casa. De acordo com a Bíblia o lado direito significa a posição mais elevada. O fluir da água do lado direito indica que o fluir do Senhor deve ter a preeminência. Precisamos dar ao Senhor a posição mais elevada, e também precisamos dar ao Seu fluir a posição mais elevada. Então o fluir será prevalecente e se tornará o fator controlador em nosso viver e obra. 

FLUINDO PELO LADO DO ALTAR

O fluir é pelo lado do altar (v. 1d). Isso indica que o fluir é sempre por meio da cruz. Se não tivermos o lidar da cruz, o fluir será frustrado. Se quisermos ter o fluir, temos que ter o lidar da cruz. Precisamos estar dispostos a passar pela cruz de forma que o fluir possa vir em seguida. 

O HOMEM COM O CORDEL DE MEDIR

O ponto principal aqui é o homem com um cordel de medir em sua mão (v. 3). Esse homem que é o próprio Senhor Jesus tem a aparência de bronze (40:3). Como temos ilustrado, o bronze em tipologia, ou cobre, significa julgamento e provação. O Senhor Jesus foi provado e julgado como um homem, e porque Ele foi provado e foi julgado, Ele está agora provando e julgando. Porque Ele foi provado, Ele está qualificado para provar, e por ter sido julgado, Ele está qualificado para julgar. Ele é Aquele com um cordel de medir em Sua mão, plenamente qualificado para nos medir. 

Temos mostrado previamente que o medir significa provar, julgar e possuir. Quando uma irmã estiver prestes a comprar algum tecido, ela primeiramente examina o tecido e então o mede. Toda quantidade que ela medir ela também possuirá. Isso indica que medir é examinar, provar, julgar, e por fim assumir e possuir. 
MEDINDO O FLUIR DO RIO

O homem veio com um cordel de medir na sua mão para medir o fluir do rio (47:3-5). 
Medindo Mil Côvados

Quando esse homem mediu o rio a primeira vez, havia pouca água saindo da casa. Então ele mediu mil côvados, e o fluir ficou mais profundo, até os tornozelos (v. 3). Novamente ele mediu mil côvados, e o fluir ficou mais profundo, até os joelhos (v. 4). Depois disso o homem ainda mediu outros mil côvados, e o fluir ficou ainda mais profundo, até os lombos (v. 4). Quando ele mediu mil côvados pela quarta vez, o fluir se tornou um rio que não se podia passar, e o rio se tornou águas para nadar. 

Na Bíblia o número mil significa uma unidade completa. Por exemplo, no Salmo 84:10 o salmista diz que um dia nos átrios do Senhor é melhor do que mil fora. Desde que mil significam uma unidade completa, medir mil significa medir uma unidade completa; é uma medida completa. 

Se quisermos desfrutar o fluir da casa, precisamos ser medidos completa-mente. Se quisermos desfrutar um fluir que é mais profundo, precisamos ser medidos, isto é, provados, examinados, julgados, e possuído pelo Senhor. Nossos motivos, nossas intenções, nossos desígnios, nossos objetivos, nossos desejos—todos devem ser julgados. Tudo que possuímos e tudo em que estamos envolvidos devem ser julgado. Isso aprofundará o fluir dentro de nós. 

Quando somos julgados pelo Senhor, precisamos fazer uma confissão completa. Precisamos permitir que o Senhor seja nosso Juiz e deixá-Lo nos levar à Sua luz e nos expor. Então devemos dizer a Ele, “Senhor, tudo o que Tu tens julgado agora é Seu. Eu Te peço, Senhor, possua-me, possua-me completa-mente.”
 
O julgamento e a provação do Senhor a nós não é de uma vez por todas. Em Ezequiel 47 o homem não mediu uma ou duas vezes ou até mesmo três vezes; ele mediu quatro vezes. Na Bíblia quatro é o número da criatura. A quarta medida aqui indica que como uma criatura, precisamos ser julgados e provados completamente pelo Senhor e então sermos possuídos completamente por Ele. 

Ser possuído completamente pelo Senhor não é fácil de experimentar. Podemos pensar que fomos possuídos completamente pelo Senhor, mas depois de um período de tempo perceberemos que nós ainda temos alguma reserva. Então seremos provados e julgados novamente, e depois disso teremos uma consagração adicional ao Senhor, declarando, “Senhor, toma isto e o possui.” Podemos pensar que o Senhor possuiu tudo, mas Ele sabe que nos ganhou somente até certo ponto. Então, algum tempo depois podemos perceber novamente que reservamos e preservamos muito para nós mesmos. Uma vez mais faremos nossa confissão ao Senhor e experienciaremos Sua provação e julgamento. Mesmo depois de vários anos, podemos ainda não ter sido completamente possuídos pelo Senhor, e assim precisaremos ser medidos novamente, provados, julgados e possuídos por Ele.  

Um comentário: