Nasceu na África do Sul, em 9
de maio de 1828, e morreu em 1917. Seu pai era pastor vinculado à Igreja
Presbiteriana da Escócia, que, por sua vez, mantinha estreita relação com a
Igreja Reformada da Holanda, o que foi importante para impressionar Murray
com o fervoroso espírito cristão holandês.
Andrew experimentou o novo
nascimento aos 16 anos, na Holanda. Após isso, dedicou muito tempo, muitas
madrugadas, a orar por um avivamento em seu país e a ler sobre experiências
desse tipo ocorridas em outros países.
Foi para a Inglaterra com 10
anos e, quando retornou para a África do Sul como pastor e evangelista, levou
consigo um reavivamento que abalou o país. Seu ministério enfatizava
especialmente a necessidade de os cristãos habitarem em Cristo. Isso foi
despertado especialmente quando, ao voltar para a África, deparou-se com a
grande extensão geográfica em que deveria ministrar. Aí começou a sentir
necessidade de uma vida cristã mais profunda. Murray aprendeu suas mais
preciosas lições espirituais por meio da Escola do Sofrimento, principalmente
após uma séria enfermidade. Sua filha testificou que, após essa doença, seu
pai manifestava “constante ternura, serena benevolência e pensamento
altruísta”. Essa foi uma expressão de sua fé simples em Cristo e a Ele
rendida.
Seu ministério, pela influência
recebida do pai, foi caracterizado por profunda e ardente espiritualidade e
por ação social. Em 1877, viajou pela primeira vez aos Estados Unidos e
participou de muitas conferências de santidade nos EUA e na Europa. Sua
teologia era conservadora, e se opunha francamente ao liberalismo. Em seus
livros, enfatizou a consagração integral e absoluta a Deus, a oração e a
santidade.
Durante os últimos 28 anos de
sua vida, foi considerado o pai do Movimento Keswick da África do Sul. Muito
dos aspectos místicos de sua obra deve-se à influência de William Law.
Murray, assim como Law, Madame Guyon, Jessie Penn-Lewis e T. Austin-Sparks,
experimentou o Senhor de forma muito profunda e se tornou um dos mais
proeminentes no movimento da vida interior.
Foi acometido de uma infecção
na garganta em 1879, a qual o deixou sem voz por quase dois anos. Foi curado
dela na casa de uma família cristã em Londres. Como resultado dessa
experiência, veio a crer que os dons miraculosos do Espírito Santo não se
limitavam à igreja primitiva. Para ele, uma das características da vida
vitoriosa era uma profunda e silenciosa percepção de Deus e uma intensa
devoção a ele.
Por crer no que Deus pode fazer
por meio da obra de literatura, Murray escreveu mais de 250 livros e inúmeros
artigos. Sua obra tocou e toca a Igreja no mundo inteiro por meio de escritos
profundos, incluindo The Spirit of Christ (O Espírito de Cristo), The Holiest
of All (O Mais Santo de Todos), With Christ in the School of Prayer (Com
Cristo na Escola de Oração), Abide in Christ (Habite em Cristo), Raising Your
Children for Christ (Criando Seus Filhos para Cristo) e Humility (Humildade),
os quais são considerados clássicos da literatura cristã. Entre tantos que
foram ajudados por ele, podemos mencionar Watchman Nee, cujas obras O Homem
Espiritual e O Poder Latente da Alma trazem marcas do pensamento de Murray.
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