Páginas

domingo, 9 de dezembro de 2012

O ASPECTO GERAL DA VIDA DA IGREJA (2)



   Leitura Bíblica: Mateus 18:17; Romanos 16:17; 2 Tessalonicenses 3:6,14; 1 Coríntios 5:9-13; Tito 3:10; 2 João 9, 10, 11, 7  

No capítulo anterior vimos que, para a prática da vida da igreja na unidade, o apóstolo Paulo tomou uma posição geral com respeito às doutrinas e práticas. Quanto ao comer, se um cristão come  isso  e  outro  come  aquilo,  nenhum  deve  criticar  o  outro.  Quanto  ao  guardar  dias,  o princípio  é  o  mesmo.  Se  um  cristão  guarda  um  dia  e  o  considera  especial  e  outro  considera todos os dias iguais, nenhum deve criticar o outro. Todos devem ser gerais.   


 Quanto  ao  comer  coisas  sacrificadas  aos  ídolos,  Paulo  não  disse  sim  ou  não;  ele  apenas  se importou com a consciência dos outros. Também, se alguém deve ou não se casar, é difícil dizer  
sim ou não. Depende das circunstâncias. Se alguém pode suportar todo tipo de situação, pode ser melhor que não se case. Caso contrário, é melhor que se case. Isso é geral. Paulo conhecia todas  as doutrinas apropriadas, mas, na prática da vida da igreja, ele era bem geral. Todos temos de aprender que, para guardar a unidade do Corpo, devemos praticar essa generalidade. Se formos peculiares,  se  formos  estritos  e  específicos  em  qualquer  outra  coisa  que  não  a  nossa  fé, certamente  a  unidade  será  danificada.  A  unidade  será  ferida  e,  então,  estaremos  divididos.  A causa  principal  para  as  divisões  entre  os   cristãos  é  a  negligência  em  importar-se  com  a generalidade da vida da igreja.   

  O EQUILÍBRIO PARA SER GERAL   

Agora   precisamos   ver   outro   equilíbrio.   Já   vimos   que   a   peculiaridade   é   equilibrada   pela  generalidade.   A   generalidade   também   tem   de   ser   equilibrada   por   algo.   Nós,   como   seres humanos, facilmente nos tornamos unilaterais e vamos a um extremo. No Antigo Testamento, no livro  de  Oséias,  há  um  versículo  no  qual  o  Senhor  comparou  Efraim  a  um  pão  não  virado  (Oséias 7:8). Pães assados num forno ou numa panela precisam ser virados várias vezes. Se os pães não forem virados, um lado ficará queimado e o outro permanecerá cru. Alguns israelitas eram, aos olhos  do  Senhor,  como  um  pão  não  virado.  Eles  eram  sempre  unilaterais  e  esse  é  ainda  o problema com os filhos do Senhor, hoje. Tantos cristãos são como pães não virados. É por isso que  tivemos  de  ver  o  equilíbrio  para  a  peculiaridade  no  último  capítulo  e,  neste  capítulo,  precisamos ver outro equilíbrio. Num capítulo posterior, veremos ainda um terceiro equilíbrio.  

Precisamos  ser  sempre  virados.  Então  seremos  o  melhor  "pão". A  peculiaridade  precisa  da generalidade  para  equilibrá-la;  a  generalidade  precisa  de  algo  para  equilibrá-la.  No  princípio  
deste  capítulo,  relacionei  todos  os  versículos  no  Novo  Testamento  a  respeito  das  pessoas  que  não podem e não devem ser recebidas na vida da igreja. Não pense que a igreja tem de ser geral ao  ponto  de  ter  de  receber  todo  tipo  de  pessoa.  Não,  absolutamente  não.  Devemos,  sim,  ser  gerais, mas ainda há determinadas pessoas com as quais não podemos nem devemos ser gerais.   

AQUELE QUE NEGLIGENCIA OUVIR A IGREJA   

 Em Mateus podemos ver a seriedade de se negligenciar ouvir a igreja (Mateus 18:15-17). Pensamos  que se alguém perde a calma, isso é algo sério, ou, se alguém comete algo imoral, é ainda mais  
sério.  Todavia,  se  alguém  negligencia  ouvir  a  igreja, consideramos  insignificante,  porque  não  temos  percepção  do  que  é  a  igreja.  Entretanto,  o  Senhor  Jesus  disse  que  temos  de  considerar  impura tal pessoa. Na Bíblia, uma pessoa impura é pior do que um pecador. O Senhor Jesus disse também  que  temos  de  considerar  tal  pessoa  como  publicano,  um  cobrador  de  impostos.  Não devemos considerá-lo um irmão fraco, nem nos condoer com ele. Não ouvir a igreja é algo sério.   

A  igreja  Católica  Romana  exerceu  demasiada  autoridade  sobre  os  santos;  assim,  um  item  da Reforma foi atacar o exercício exagerado de autoridade. Dessa maneira, a maioria dos cristãos é  muito  liberal  com  relação  à  igreja.  Quase  ninguém  a  respeita  hoje.  Quando  falamos  sobre  respeitar  a  igreja,  algumas  pessoas  nos  condenam,  dizendo  que  isso  é  catolicismo  e  que  é estabelecer  um  papa.  Ter  um  papa  certamente  é  errado.  Exercer  muita  autoridade  sobre  os santos é também um erro grave, no entanto, isso não significa que a igreja não tenha autoridade, nem significa que não devamos estar conscientes acerca do significado da igreja.   

 Deixe-me  ilustrar  esse  ponto.  Suponha  que  tenhamos  um  irmão  que  é  agradável  em  muitos aspectos,  mas  fez  algo  a  outro  irmão,  o  qual  é  rude  e  nem  um  pouco  agradável.  Por  fim,  três irmãos são forçados a falar à igreja a esse respeito. Os presbíteros, então, iriam aconselhá-lo a se arrepender  e  a  pedir  desculpas  ao  irmão  que  é  rude.  Mas  ele  não  quer  dar  ouvidos,  pelo contrário, diz que o irmão rude estava errado. De acordo com o conceito do cristianismo de hoje, isso não é sério. Alguns podem até dizer que fora uma falta do irmão rude e não do que é gentil. Outros podem até condoer-se dele, baseados no fato que ele foi sempre tão gentil.   

Que deveríamos fazer em tal caso? Você concordaria em considerá-lo impuro e publicano? Creio que a maioria dos cristãos não tomaria isso como algo sério. Alguns se posicionariam ao lado do irmão  gentil  e  diriam  que  não  devemos  criar  caso.  Outros  diriam:  "Que  o  tempo  vindique. Provavelmente, daqui a duas semanas tudo estará bem, e eles estarão reconciliados um com o  
outro.  Esqueçam  isso  por  hora."  Essas  atitudes  são  tomadas  pela  maioria  dos  cristãos,  porque não têm consciência do que é a igreja. Eles não consideram que negligenciar ouvir a igreja é algo  
extremamente  sério.  Embora  na  vida  da  igreja  devamos  ser gerais,  determinadas  pessoas,  em algumas  coisas,  podem  não  respeitar  a  igreja,  nem  ouvi-Ia.  Nessa  questão  não  podemos  ser gerais. Isso é algo totalmente relacionado com a unidade da igreja. Devemos estar cônscios da unidade.   

AQUELES QUE CAUSAM DIVISÕES   

Romanos  16:17  diz:  "Rogo-vos,  irmãos,  que  noteis  bem  aqueles  que  provocam  divisões  e escândalos, em desacordo com a doutrina que aprendestes; e afastai-vos deles". Esse versículo  
somente pode ser aplicado onde a vida da igreja é apropriada. Se um grupo cristão já é faccioso, ele não tem base para usá-lo. Deve-se praticar a vida da igreja com os ensinamentos adequados e  
equilibrados do apóstolo Paulo - os ensinamentos temperados, não os ensinamentos cruz. Para usar  esse  versículo,  a  igreja  numa  cidade   deve  ser  adequadamente  equilibrada.  De  outra  
maneira, o que ela ensina não será adequado, e será difícil para um crente ouvir aquela igreja. A igreja  em  cada  cidade  deve  ser  muito  cuidadosa  em  não  enfatizar  exageradamente  nada  que  
esteja fora da esfera da fé.   

Deixem-me ilustrar esse ponto. Suponha que uma igreja enfatize exageradamente a questão do véu, dizendo a todos que o véu é algo específico na vida da igreja e que todas as irmãs devem ter  a  cabeça  coberta.  Se  isso  for  feito,  algumas  irmãs  podem  tornar-se  dissidentes.  Então,  alguém pode dizer: "Apliquemos a elas Romanos 16:17". Esta seria uma aplicação errada porque a igreja está  errada  em  enfatizar  exageradamente  a  questão  do  véu.  A  ênfase  exagerada  do  véu  é  que causou a dissensão.   

 Agora, consideremos outro ponto. Suponha que uma igreja enfatize a unidade. Ela enfatiza uma "cidade, uma igreja" o tempo todo. "Uma cidade, uma igreja" torna-se até o lema da igreja. Como  
resultado, alguns dos santos se tornam dissidentes e até mesmo podem solapar a igreja indo de membro a membro e dizendo: "Isso já é demais; a igreja aqui é uma facção que só promove 'uma  
só igreja em cada cidade'. É uma facção da igreja local". Se esse for o caso, Romanos 16:17 tem de ser aplicado aos santos dissidentes. É igual, em princípio, quanto à nossa fé cristã ao dizer que a  
Bíblia  é  a  palavra  de  Deus,  divinamente  inspirada,  palavra  por  palavra.  Não  importa  o  quanto dizemos,  isso  não  quer  dizer  que  estamos  enfatizando  exageradamente.  A  cada  dia  podemos repetir isso, e ainda não estamos enfatizando demais porque isto é algo específico na nossa fé cristã.  Mas  se  alguém  diz:  "Diga  apenas  que  a  palavra  da  Bíblia  é  inspirada  por  Deus.  Não enfatize: palavra por palavra. Tome a Bíblia apenas de uma maneira geral. A Bíblia é boa, mas, provavelmente alguns dos versículos - pelo menos algumas das palavras - não são inspiradas por Deus.  Algumas  são  faladas  pelos  próprios  escritores".  Em  tal  caso,  devemos  aplicar  Romanos 16:17.   

Devemos       ter  clareza    e   ser   extremamente        equilibrados.  De    acordo    com     a  história,   ser desequilibrado,  enfatizando  demais  determinadas  coisas  é  a  causa  de  todas  as  divisões.  O  ensinamento  do  apóstolo  Paulo  era  muito  equilibrado,  por  isso,  ele  podia  dizer  que  devemos evitar os que causam divisão, em desacordo com o ensinamento dele; e não só isso, mas também  
que nos afastemos deles e os notemos. Entretanto, em algumas das assim chamadas igrejas, esse versículo jamais deveria ser aplicado porque eles não têm base para aplicá-lo. Eles já são uma facção. 

 Para  aplicar  esse  versículo,  devemos  ser  absolutamente  não  facciosos.  Devemos  ser  totalmente a igreja genuína e adequada numa cidade, com muito equilíbrio. Em  2  Tessalonicenses  3:6,14,  o  princípio  é  o  mesmo  que  em  Romanos  16:17.  Paulo  diz  que  alguns andava desordenadamente e não segundo a tradição que receberam dele. E também diz que devemos notar alguém que não obedece a sua palavra nessa epístola, e não nos associar com ele. Devemos notar essas pessoas, afastar-nos delas e não nos associar a elas. Associar-se com elas fortaleceria o seu espírito faccioso. Isso irá ajudá-las a causar mais dissensão. Somente uma igreja  adequada,  genuína  e  normal  numa  cidade  tem  a  posição  para  aplicar  versículos  como Romanos 16:17 e 2 Tessalonicenses 3:6, 14.   

AQUELE QUE É PECAMINOSO   

Consideremos  agora  1  Coríntios  5.  Esses  versículos  abordam  coisas  pecaminosas,  tais  como idolatria,  fornicação,  injúria,  embriaguez  e  extorsão.  Todas  essas  coisas  são  extremamente  
malignas e ou insultam a divindade de Deus ou danificam a humanidade. A idolatria é algo que blasfema  contra  a  Pessoa  de  Deus.  Fornicação,  injúria,  embriaguez  e  extorsão  destroem  a  
humanidade.  Deus  se  importa  muito  com  Sua  Pessoa  divina.  Ele  é  um  Deus  ciumento.  Ele também se importa com a humanidade. Assim, Ele não tolerará nenhuma dessas coisas. Ninguém que  pratica  a  idolatria  ou  que  é  fornicador  deve  ser  tolerado  na  vida  da  igreja.  A  igreja  numa cidade também não deve tolerar nenhuma pessoa que seja um caluniador, um beberrão, ou um extorsionário. Todas essas coisas danificam a humanidade e também o testemunho do Senhor na terra  entre  os  seres  humanos.  Por  isso,  Paulo  nos  disse  que  cristãos  que  pratiquem  qualquer dessas coisas têm de ser afastados do meio da igreja (v.13).   

Mas, desde que algo não seja pecaminoso e não esteja relacionado com ídolos ou qualquer tipo de fornicação, embriaguez ou extorsão, devemos tolerá-la.   

AQUELE QUE É FACCIOSO   

Tito 3:10, então, diz claramente que um homem que é faccioso, após ter sido admoestado uma ou duas vezes, tem de ser rejeitado, porque a divisão  danifica o Corpo de Cristo. Deus cuida de Si  
mesmo. Ele também cuida da humanidade, bem como do Corpo de Cristo. Numa igreja, ninguém deve fazer nada que danifique a Pessoa de Deus, a humanidade ou o Corpo de Cristo. Se alguém  
danifica  alguma  dessas  coisas,  não  podemos  continuar  a  recebê-lo.  A  igreja  tem  de  afastá-lo, rejeitá-lo ou separar-se dele. Não podemos continuar a nos associar com tais pessoas.   

AQUELE QUE VAI ALÉM DA DOUTRINA DE CRISTO  

Segunda João 9 diz: "Todo aquele que ultrapassa a doutrina de Cristo e nela não permanece não tem Deus". Isso se refere àqueles que ultrapassam os ensinamentos dos apóstolos a respeito de  Cristo. Os apóstolos ensinaram que Cristo é o Filho de Deus encarnado que se fez um homem e que Ele é Aquele que nos dá vida eterna. Eles também ensinaram que Ele é o que morreu na cruz  pelos  nossos  pecados  e  foi  ressuscitado  ao  terceiro  dia.  Esses  são  os  itens  principais  do ensinamento dos apóstolos. Dar a vida eterna é para a regeneração. Morrer na cruz pelos nossos pecados é para a redenção. Ressurreição é para transmissão de vida.   

 Até    mesmo       no   primeiro      século,     alguns     que    se   diziam     cristãos,     chamados       anticristos, ultrapassaram  esses  itens.  Alguns  disseram  que  Cristo  não  veio  em  carne  (2  Jo  7).  Em  outras palavras,  eles  não  reconheciam  a  encarnação  de  Cristo.  Hoje,  no  mesmo  princípio,  alguns  dos cristãos  modernistas,  que  se  autodenominam  cristãos,  dizem  que  Cristo  morreu  na  cruz  como  mártir, sofrendo perseguição, e não morreu ali pelos nossos pecados. Eles dizem que a Sua morte não foi para a redenção, apenas para martírio. Também dizem que Cristo jamais ressuscitou. Se algum deles admitir que Cristo ressuscitou, dirá que Ele foi ressuscitado apenas espiritualmente, e não fisicamente. Todas essas pessoas foram além do que Cristo ensinou.   

  Não devemos saudar a nenhum desses anticristos ou modernistas (2 João 9-10). Se os saudamos, tornamo-nos  participantes  de  suas  maldades.  Muito  mais  ainda,  não  devemos  recebê-los  em  
nossa  casa.  Alguns  podem  dizer  que,  se  praticarmos  isso,  seremos  muito  peculiares  e  que precisamos  ser  gerais.  Mas  não  podemos  ser  gerais  com  esse  tipo  de  pessoa.  Eles  são  os  que blasfemam de Cristo. Não podemos associar-nos com os blasfemadores do Senhor. Qualquer um que blasfeme do Senhor Jesus deve ser expulso da igreja. Temos de nos afastar dele.   

  Espero  que  essa  palavra  tenha  esclarecido  quais  são  as  pessoas  com  as  quais  não  podemos associar-  nos.  Nós,  os  cristãos,  muitas  vezes  somos  peculiares  quando  o  Senhor  exige  que sejamos  gerais.  Também,  muitas  vezes  somos  gerais  quando  o  Senhor  exige  que  sejamos peculiares.  Entretanto,  creio  que  depois  de  orar-ler  esses  versículos  algumas  vezes,  vocês chegarão ao conceito claro. Na vida da igreja, não importa quão gerais sejamos, há certas pessoas que não podemos receber. Temos de ser específicos com esses tipos de pessoas. Não podemos  associar-nos com nenhuma delas.   

IMPORTAR-SE COM A POSIÇÃO  

Muitas  vezes  as  pessoas  vêm  à  nossa  reunião  e  ficam  agitadas.  Elas  proclamam  que  as  nossas reuniões  são  maravilhosas  e  que  a  maneira  de  o  Senhor  mover-se  entre nós  é  maravilhosa. Entretanto, alguns dias depois, elas param de vir porque ouviram algo com que não concordam. Esse tipo de comportamento mostra que esses amados jamais viram o que é a unidade da igreja.Se tivessem visto o que é a igreja e o que é a unidade da igreja, não se teriam importado com as  
coisas com as quais discordaram. Não se teriam importado com a condição da igreja, mas com a posição adequada.   

  Deixe-me ilustrar o cativeiro do povo de Israel como um exemplo ou prefiguração. No período normal de sua história, todos os israelitas na terra santa estavam na unidade, tendo Jerusalém  
como   seu   único   centro.   Mais   tarde,   eles   foram   dispersados.   Em   outras   palavras,   ficaram divididos. Primeiro, alguns foram levados para a Síria. Depois, alguns foram levados para o Egito. 

Por fim, quase todos os remanescentes foram levados para Babilônia. Esse foi o cativeiro deles. Essa  foi  também  a  sua  divisão.  Após  setenta  anos  de  cativeiro,  o  Senhor  ordenou-lhes  que voltassem. Não um grande número, mas apenas um pequeno remanescente voltou. Neemias,  Esdras  e  Ageu  mostram-nos  que  os  que  voltaram  estavam  em  péssimas  condições.  
Alguns tinham se casado com mulheres gentias. Suponha que a maioria dos hebreus que ficaram em Babilônia fosse espiritual, piedosa, tendo até mesmo alguns gigantes espirituais entre eles.  
Suponha,  também,  que  tivessem'  sempre  ótimas  reuniões.  Além  disso,  suponha  que  os  que estavam na Síria e no Egito não fossem tão bons quanto os que ficaram em Babilônia, mas, pelo  
menos, eram melhores do que os que  voltaram. A minha pergunta agora é a seguinte: "A qual desses  grupos  você  se  uniria?"  A  maioria  das  pessoas  em  Babilônia  era  piedosa,  espiritual  e  
amável, e suas reuniões eram elevadas. Havia, também, muitos gigantes espirituais ali. Você se uniria a eles lá ou ao grupo dos que voltaram para Jerusalém, cuja condição era tão pobre?  
A verdadeira situação hoje é que a maioria dos cristãos não se importa com a posição.

 A maioria deles se importa com a condição. Por que os cristãos gostam de se unir a determinado grupo? É porque  os  que  estão  neles  são  espirituais  ou  suas  reuniões  são  boas.  Entretanto,  temos  de perceber que a posição é muito mais importante do que a condição. A posição nunca pode ser mudada, mas a condição pode flutuar. Hoje a reunião pode ser maravilhosa, mas amanhã pode  
ser pobre. Não estou dizendo que não devemos dar atenção à nossa condição, mas sim que isso não é primordial. Não é coisa primária; é secundária. O primordial é a posição. Se vimos o que é a igreja  e  o  que  é  restauração  da  unidade,  importarnos-e-mos principalmente  com  a  posição  e prestaremos apenas alguma atenção à condição.   

Gostamos de melhorar a nossa condição, mas nosso encargo é pela posição, a base. As pessoas em  Babilônia  podem  ter  sido  muito  espirituais.  Elas  podem  ter  tido  mestres  proeminentes  expondo a lei e ministrando a Palavra de maneira apropriada e rica. Contudo, não importa quão espirituais   eram,   o   quanto   conheciam   a   Palavra,   ou   quanto   se   comportavam   de   maneira  adequada. Elas não estavam na unidade e não reedificaram o templo. Elas não realizaram isso porque não tinham a posição. Podiam até ter a habilidade e a capacidade, contudo não tinham a posição. Por isso, não puderam reedificar o templo. O desejo principal de Deus na terra não é e espiritualidade do Seu povo. Seu desejo principal é a reedificação da Sua casa.   

  A história nos diz que, pouco depois da volta do cativeiro e da reedificação do templo, Cristo veio. Ele nasceu em Belém, de um descendente da casa de Davi. Não importa quão espirituais eram os  que  estavam  em  Babilônia,  eles  não  eram  o  povo  com  a  posição  adequada  para  que  Cristo nascesse  deles.  Cristo  nasceu  em  Belém,  de  alguém  que  era  descendente  dos  que  voltaram. Somente os que voltaram, posicionando-se na base adequada, cumpriram o propósito de Deus de reedificar o templo e trazer Cristo à terra. Se alguém vem tomar o caminho das igrejas locais, ser parte  da  restauração  do  Senhor,  apenas  porque  as  reuniões  são  boas,  temo  que  um  dia  irá embora, porque a condição das reuniões flutua. Hoje há um céu claro, mas amanhã poderá haver um  céu  nublado,  e  no  terceiro  dia,  um  céu  tempestuoso.  Essa  pessoa  então  será  afugentada. Entretanto, se ela tiver clareza a respeito da posição, não se importará com o tempo mutável.   


RESUMO   

Encorajo-os a levar essas coisas ao Senhor e orar. Você realmente viu a igreja? Você de fato viu o que é a restauração da unidade? Em todos estes anos passamos por muitos tipos de sofrimentos,perseguições,  ataques  e  críticas,  não  do   mundo  gentio,  mas  principalmente  de  alguns   no cristianismo. Pela misericórdia do Senhor, jamais fomos abalados. Quanto mais somos atacados, mais sólidos nos tornamos. O Senhor obteve a vitória.   Nós, os que fomos trazidos de volta a "Jerusalém", temos de ter clareza do que estamos fazendo e  de onde nos firmamos. Hoje, a condição pode ser gloriosa, e amanhã pode ser digna de pena. Mas  
não   se   perturbe   com   isso.   O   terceiro   dia   pode   ser   maravilhoso.   Entretanto,   precisamos permanecer  num  caminho  equilibrado.  Se  não  formos  equilibrados,  causaremos  problemas. Perderemos o impacto, e até mesmo permitiremos que o inimigo ganhe algum terreno. Uma vez posicionados na base adequada, com equilíbrio em tudo, estaremos aqui até que o Senhor volte. Nada pode suplantar esse caminho ou esse testemunho.   



Nenhum comentário:

Postar um comentário