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domingo, 9 de dezembro de 2012

O ASPECTO PECULIAR DA VIDA DA IGREJA (2)


   

                                                                     

      Leitura Bíblica: João 17:21-23; Efésios 4:3; Romanos 15:5-6; 1 Coríntios 1:10-3;11:19; Gálatas 5:20; Tito 3:10  

 No  capítulo  anterior,  vimos  que  a  peculiaridade  da  vida  da  igreja  é  a  nossa  fé  cristã.  Nossa  fé cristã é composta das crenças a respeito da Bíblia, Deus, Cristo, a obra de Cristo, a salvação e a igreja. Segundo a Bíblia, esses pontos compreendem a fé fundamental e saudável. Nada devemos tirar  dela  ou  acrescentar  a  ela.  Se  lhe  tirarmos  algo,  certamente  seremos  facciosos,  e  se  lhe acrescentarmos algo, também seremos facciosos. Os cristãos são iguais apenas nessa fé. Para nos guardar de ser facciosos devemos apegar-nos apenas a essa fé e nada mais.   

Por isso, a nossa fé cristã é a base da unidade genuína de todos os que creem. Na última noite em que  o  Senhor  Jesus  esteve  na  terra,  Ele  fez  uma  oração  única  (Jo  17).  Sua  oração  revelou  a importância da unidade de todos os crentes. Nada é tão importante como a unidade. Quando a igreja é dividida, essa unidade se perde. Satanás também sabe que a unidade é a questão crucial, o ponto estratégico. Ele também sabe que, enquanto puder manter os cristãos divididos, ele será bem- sucedido.   

  A DEGRADAÇÃO DA IGREJA   

Os  primeiros  apóstolos  ministraram  a  Igreja  a  incumbência  recebida  do  Senhor.  Todavia,  não  tardou  muito  para  que  as  coisas  que  eles  tinham  passado  para  a  igreja  começassem  a  ser perdidas. No princípio, a igreja recebeu todas as coisas corretas. Mas, a partir da última parte do primeiro século, ela começou, gradualmente, a perdê-las. Por um lado, por volta do século XIV,  
quase tudo o que Deus tinha dado e confiado ao Corpo fora perdido. Por outro lado, naqueles mil  e quatrocentos anos, a assim chamada igreja tinha assimilado muitas coisas heréticas, obscuras  
e pecaminosas. Tudo o que ela perdera era algo dado pela Cabeça, e tudo o que ela assimilara era algo injetado por Satanás. Assim, esse período, como a história nos mostra, foi a época mais tenebrosa.   

 A RESTAURAÇÃO DO SENHOR   

Então,  em  princípios  do  século  XVI,  o  Senhor  levantou  Martinho  Lutero.  Antes  dele,  alguns  já haviam sido levantados. (Na verdade, nos catorze séculos anteriores, houve alguns santos fiéis levantados  pelo  Senhor  para  restaurar  as  verdades  perdidas.)  Eles  pavimentaram  o  caminho para a Reforma. Foi nessa época que o Senhor começou a Sua restauração e restaurou o primeiro item:   a   justificação   pela   fé.   Desde   então,   muitas   coisas   foram   restauradas,   tais   como   a santificação pela fé, a santidade pela fé, viver pela fé, vitória pela fé e muitos outros itens.   
OS IRMÃOS DA MORÁVIA   

No   século   dezoito,   alguns   dos   queridos   santos   que   estavam   na   restauração   do   Senhor começaram a prestar atenção à vida da igreja. Como resultado, nessa época, houve muitos tipos de  reuniões  de  irmãos  na  Europa.  No  século  dezoito,  alguns  mudaram-se  para  a  Boêmia  para  
estar com o Conde Zinzendorf. Sob a sua liderança, eles começaram a praticar a vida da igreja e esta,  até  certo  ponto,  era  correta  e  também  muito  maravilhosa.  John  Wesley,  após  ter  ido  à Boêmia e ficado com esses irmãos por algum tempo, disse que se ele não tivesse encargo pela Inglaterra, teria ficado com eles pelo resto de sua vida.   

  OS IRMÃOS UNIDOS DA INGLATERRA   

A prática da vida da igreja pelos irmãos na Boêmia  era boa, mas em 1828 e 1829, alguns irmãos na Inglaterra, sob a liderança de John Nelson Darby, começaram a se reunir. Sua prática da vida  
da  igreja  foi  uma  grande  melhora.  D.  M.  Panton,  um  grande  escritor  de  cinqüenta  anos  atrás, disse  que  esse  movimento  foi  maior  do  que  a  Reforma.  Foi  muito  poderoso  e  extremamente  influente. Antes da reforma, como a história nos mostra, a Bíblia fora fechada pela Igreja Católica Romana. Por  meio  de  Martinho  Lutero  e  da  Reforma,  ela  foi  liberada.  Todavia,  por  meio  dos  Irmãos Unidos, ela foi aberta. Houve vários estudiosos e mestres eminentes da Bíblia entre eles -John Nelson  Darby,  Benjamin  Newton,  C.  H.  Mackintosh,  William  Kellye  outros.  Por  meio  deles,  a Bíblia se tornou não apenas um livro liberado, mas também aberto. A teologia fundamentalista de hoje está baseada principalmente nos ensinamentos dos Irmãos.   

Porque esses irmãos eram tanto pelas doutrinas, estas se tornaram fonte de muitas divisões. A primeira ocorreu pouco depois do começo deles em 1828. Ela aconteceu por causa de conceitos  
diferentes  mantidos  por  John  Nelson  Darby  e  Benjamin  Newton.  Eles  tiveram  uma  grande disputa,  principalmente  a  respeito  da  segunda  vinda  do  Senhor.  A  partir  daquela  primeira divisão,  centenas  de  divisões  ocorreram  entre  eles,  todas  devidas  a  conceitos  diferentes  sobre ensinamentos.   

 No  princípio,  os  Irmãos  Unidos  eram  muito  bons  na  questão  da  vida,  mas,  mais  tarde,  foram desviados  da  vida  para  a  doutrina.  Por  esse  motivo,  como  a  história  nos  mostra,  o  Senhor  foi forçado a reagir.   

 A VIDA INTERIOR   

Devido à falta de vida das igrejas reformadas e dos Irmãos Unidos, o Senhor reagiu nas seguintes questões. Primeiro, Ele levantou alguns queridos santos na questão da vida interior. Um deles foi  
Madame Guyon. Ela estava entre os católicos e era profunda na vida interior. Então, no século XIX, foi fundada a Convenção Keswick e todos nela estiveram na linha da vida interior. William  
Law, Andrew Murray e Mrs. Penn-Lewis também estiveram nessa linha.   

 EVANGELISMO   

Em sua reação, o Senhor também levantou evangelistas. Especialmente no último século, houve grande  número  de  evangelistas  gigantes.  Nos E.U.A.  houve  D.  L.  Moody,  Charles  Finney  e  R.  A. Torrey.  Na  Inglaterra  houve  C.  H.  Spuorgeon  e  Hudson  Taylor,  o  fundador  da  Missão  para  o Interior  da  China.  Houve  também  William  Cary,  que  foi  para  a  Índia.  Muitos  dos  evangelistas fundaram algum tipo de missão para enviar o evangelho. Tudo isso aconteceu fora dos Irmãos Unidos.   

O MOVIMENTO PENTECOSTAL   

Além  da  linha  da  vida  interior  e  da  linha  do  evangelismo,  começando  a  partir  de  meados  do século  XIX,  houve  o  movimento  pentecostal,  também  proveniente  da  Inglaterra.  Porque  os Irmãos  Unidos  eram  tão  dogmáticos  e  legalistas,  levantou-se  um  grupo  de  pessoas  que não  se importavam com nenhum legalismo. No movimento pentecostal havia os que dançavam, os que rolavam, os que riam.   

 Os Irmãos Unidos podem ter dito que essas coisas não eram bíblicas, mas muitas pessoas foram salvas e reavivadas  por meio do movimento pentecostal. Na China, vi alguém que fumara ópio  
por quarenta anos. Ninguém podia ajudá-lo a se libertar do vício. Como resultado de pular por algum tempo, ele se abriu ao Senhor e foi salvo. Um ladrão que o próprio governo não conseguia  
deter  caiu  e  rolou  por  cinco  minutos.  Como  resultado,  ele também  foi  salvo.  Eu  conversei  pessoalmente  com  essa  pessoa  e  ele  me  contou  a  história.  Ele  não  fora  ajudado  por  nenhuma pregação  eloquente  ou  belo  sermão,  mas pelas  coisas  inusitadas.  Tudo  isso  -  a  vida  interior,  o evangelismo,  o  movimento  pentecostal-  foram  reações  do  Senhor  aos  rituais  mortos  e  às doutrinas mortas.   

  A VIDA ADEQUADA DA IGREJA   

Até o começo do século vinte, muitas coisas foram restauradas: o conhecimento da Bíblia, a vida interior,  o  evangelismo  e  os  dons  pentecostais.  Entretanto,  ainda  não  fora  restaurada,  de maneira plena,   uma   vida   adequada   da   igreja.   Então,   em   1920,   o Senhor   fez   uma   coisa maravilhosa ao levantar a restauração da vida adequada da igreja, na China, principalmente pela liderança do irmão Watchman Nee. De 1920 até hoje, cinqüenta e um anos se passaram e, desde então, tenho estado nela por quarenta e sete anos. Dia após dia tenho visto coisas acontecerem e o que estou agora passando para vocês é algo da minha percepção, como resultado de ter visto todas essas coisas.   

Não dêem ouvidos, por favor, a nenhuma conversa sobre o irmão Nee. Eu estive com ele todos os anos, e ele teve comigo muitas conversas longas e bastante sinceras. Hoje, as pessoas espalham  
todo tipo de boatos de que Witness Lee é diferente  de Watchman Nee, particularmente no que diz respeito à igreja. Por favor, não dêem ouvidos a esses rumores. São mentiras.   

Eu  documentei  todos  os  capítulos  do  livro Palestras  Adicionais  Sobre  a  Vida  da  Igreja,  dando  o dia, o mês, o ano e o lugar em que o irmão Nee deu as mensagens, porque houve um boato de que  ele  mudou  o  seu  conceito  sobre  a  vida  da  igreja  após  a  Segunda  Guerra  Mundial.  Mas  todas aquelas mensagens foram liberadas a partir de 1948  e após essa data.   

 Eu jamais encontrei outro homem que fosse tanto pela igreja. Em 1932, ele foi convidado pelos Batistas do Sul, na minha província, para dar uma conferência de verão. Depois daquela época,  até a sua prisão em 1952, ele nunca foi convidado por nenhuma denominação, na China, para falar. Por quê? Por causa da questão da igreja. Seu encargo e ministério eram muito pela igreja,  
mas a maioria dos missionários, missões e denominações não podiam tolerá-lo  porque os seus  ensinamentos anulavam a base facciosa de todas as denominações. Hoje, muitos cristãos lêem e  apreciam  os  livros  do  irmão  Nee,  mas  algumas  das  livrarias  cristãs  neste  país  não  incluirão  nenhum dos seus escritos sobre a igreja. Ainda assim, o encargo do irmão Nee pela igreja eragrande.   
Tenho contatado vários líderes cristãos e lido muitos livros. Todavia, jamais encontrei alguém ou li os escritos de qualquer pessoa que conhecesse o Senhor tão profundamente e fosse tanto  pela igreja como Watchmam Nee. Essa é a razão de eu ter sido e ainda ser um com ele. Percebi  que ele era a pessoa levantada pelo Senhor para o Seu propósito específico de restaurar a vida adequada da igreja.   

A restauração da vida adequada da igreja, enfatizada pelo irmão Nee, é a restauração da única unidade  e  realidade  da  igreja.  No  livro  Palestras  Adicionais  Sobre  a  Vida  da  Igreja,  ele  despendeu muito esforço para ilustrar e mostrar-nos a unidade genuína da igreja. O capítulo quatro desse livro ilustra quatro tipos de unidade, das quais apenas uma é a unidade adequada e genuína da igreja.  Esse  capítulo  é  clássico.  Ele  também  ministrou  muito  de  Cristo  como  a  realidade  e conteúdo da igreja.   

A ÚNICA INTENÇÃO DE DEUS   

A  intenção  de  Deus  é  ter  uma  igreja,  ter  um  Corpo  para  Cristo.  Sua  intenção  não  é  ter simplesmente  várias  pessoas  salvas,  tampouco  é  ter  meramente  várias  pessoas  espirituais.  
Também não é Sua intenção ter meramente alguns cristãos fervorosos e piedosos. A Sua única intenção é ter uma igreja, um Corpo. Todos os itens anteriores da restauração são para esse item  
máximo e final. A restauração da vida da igreja depende basicamente da restauração da unidade e da realidade da igreja. É por isso que a unidade é a restauração final e máxima do Senhor. Sem  unidade não há base adequada para a vida da igreja.   

 No passado, o Senhor usou diversas pessoas para restaurar muitos itens; todavia, o triste é que quase  todos  esses  itens  causaram  divisão.  Todos  os  itens  da  restauração  deveriam  ser  para  a  
igreja,  mas  as  pessoas  que  foram  usadas  pelo  Senhor  para restaurar  esses  itens  edificaram alguma divisão com os respectivos itens restaurados. Os opositores da restauração da igreja não são cristãos indiferentes, mas pessoas dedicadas ao conhecimento da Bíblia, à vida interior, ao evangelismo e às coisas pentecostais, carismáticas.   

 O alvo da maior parte da oposição é a unidade como a base da vida da igreja. Satanás faz sempre o máximo para destruir essa unidade. Todos os dardos se voltarão contra aquele que é por essa  
unidade.  Hoje,  Satanás,  o  inimigo  sutil,  dificilmente  ataca espiritualidade,  santidade  ou  coisas carismáticas; ele ataca principalmente uma coisa: a unidade genuína como a base da igreja, que é a restauração da vida prática da igreja.   

OS ENSINAMENTOS E AS PRÁTICAS PENTECOSTAIS E CARISMÁTICAS   

 Eu não me oponho aos dons pentecostais, nem à ênfase a certas doutrinas; entretanto, não sou a  favor de nenhum deles. Não me oponho a nada que seja genuíno. Então, por que não sou a favor  
dessas   coisas?   Deixem-me   ilustrar.   Suponha   que   uma   fábrica   tenha,   à   escolha,   diversos  materiais para usar na fabricação de seu produto. Cada um dos vários materiais pode ser bom,  mas  o  encarregado  sabe,  por  experiência,  qual  material  fará  o  melhor  produto.  Da  mesma maneira, como resultado de experiência, posso dizer-lhes que a melhor maneira de edificar uma  igreja  numa  cidade  é  ajudar  os  santos  a  perceber  seu  espírito  humano  e  a  exercitá-lo  para  contatar o Senhor. Dessa maneira eles experienciarão e desfrutarão o Senhor, terão crescimento  
 em vida e serão preservados na unidade como a base da vida da igreja. Isso não quer dizer que  não  haja  outra  maneira  de edificar  a  igreja.  Há  outras  maneiras,  mas  nenhuma  tão  boa  e   adequada como essa.   

 A  igreja  numa  cidade  pode  ser  edificada  por  ensinamento,  mas  se  usar  isso  como  a  maneira básica  de  edificá-la,  você  sofrerá  alguma  perda.  Uma  igreja  pode,  também,  ser  edificada  pelas práticas pentecostais e carismáticas, mas se você as usar como a maneira básica de edificá-la, você sofrerá perdas ainda maiores.   

TESTEMUNHO PESSOAL   

Há  aproximadamente  trinta  e  sete  anos,  um  querido  irmão,  que  era  muito  a  favor  de  falar  em  línguas, veio e teve uma conversa definitiva comigo. Nessa comunhão, mostrei-lhe a verdadeira situação na China. Naquela época, entre os cristãos ali havia alguns que eram mais proeminentes, mas  nenhum  dos  pregadores  e  ministros  cristãos  proeminentes  falava  em  línguas.  Watchman Nee nunca falou em línguas. Ele definitivamente discordava do ensinamento de que línguas é a  
única manifestação do batismo do Espírito. Entretanto, hoje em dia, os ensinamentos do irmão Nee  tornaram-se  muito  importantes,  não  apenas  entre  os  cristãos  de  língua  chinesa,  mas também por todo o mundo. Outro pregador proeminente na China, Dr. John Sung, o evangelista, também nunca falou em línguas. Ele era categoricamente contra qualquer prática pentecostal.   

 Depois,  compartilhei  um  segundo  ponto  com  ele.  Naquela  época,  dois  condados  na  China estavam cheios de cristãos. Um condado, localizado  na Província de Che-Kiang, era fortemente  
contra o pentecostalismo. Outro condado, que ficava em minha província natal, era muito a favor das  coisas  pentecostais.  Todavia,  na  época  da  nossa  conversa,  aquela  obra  pentecostal  estava quase  totalmente  seca,  e  a  obra  em  Che-Kiang,  que  era  contra  qualquer  item  pentecostal, prevalecia. Eu disse ao irmão que não queria dizer  que as coisas pentecostais são inúteis, mas aquela situação provava que há algo melhor.   

   Então, finalmente, enfatizei ao irmão que seu grupo pentecostal em nossa cidade já se reunia há vários  anos,  mas  ainda  não  tinha  mais  que  cem  pessoas.  Nosso  local  de  reunião  era  muito  próximo ao deles; todavia, o número crescia sempre. Ele era um crente fiel e, depois de eu ter falado com ele, acrescentou que percebia também que os que se reuniam com ele viviam uma  
vida descuidada e mundana, mas os que se reuniam conosco se dedicavam muito ao Senhor.   

Hoje, em Taiwan, nenhuma outra obra se tornou tão prevalecente como a obra das igrejas locais.  Em  Taiwan  há  seminários,  pessoas  com  doutorado,  missionários,  pessoas  fundamentalistas  e  pentecostais, mas nenhuma obra cristã jamais se tornou tão prevalecente como as igrejas locais.   


A ATITUDE DOS ESCRITORES DO NOVO TESTAMENTO COM RESPEITO AOS DONS   

No Novo Testamento vemos os dons, mas temos de considerar todo o Novo Testamento. No livro dos Atos, vemos que Paulo era poderoso na cura divina no início do seu ministério (At 14:9-10;19:11-12),  embora  não  enfatizasse  isso.  Todavia,  posteriormente,  quando  seu  filho  espiritual, Timóteo, teve uma enfermidade no estômago, ele apenas lhe disse que não bebesse água, mas bebesse um pouco de vinho (1 Tm 5:23). Também, a intenção de Paulo ao escrever 1 Coríntios era restringir um pouco os santos ou, pelo menos, ajustá-los, para que usassem adequadamente o falar em línguas (1 Co 14:6-11, 18-19).   

Em  Efésios,  o  livro  sobre  a  igreja,  Paulo  não  diz  nada  sobre  os  dons  miraculosos.  No  capítulo quatro,  os  dons  são  pessoas.  Ele  sabia  que  a  melhor  maneira  de  edificar  a  igreja  não  era  com ensinamentos nem com os dons, mas pelo Espírito com vida.   
Em todos os seus livros posteriores, 1 Timóteo, 2 Timóteo e Tito, Paulo não diz nada sobre os dons  miraculosos.  Além  disso,  nem  Pedro  nem  João  dizem  qualquer  coisa  em  seus  livros  a  respeito dos dons espirituais. Paulo, Pedro e João foram pessoas cheias de experiência; todavia, nenhum deles enfatizou os dons pentecostais.   

O CAMINHO DA VIDA   

O caminho da vida pelo Espírito é o caminho proveitoso. Ele avança vagarosamente, mas é firme e constante. A longo prazo, nada pode vencer esse caminho. Ele prossegue ano após ano e vai de um lugar a outro. Torna-se também cada vez mais forte e fica cada vez mais sólido. É lento, mas, a longo prazo, é o caminho mais rápido. É como cultivar um pomar. As árvores frutíferas, crescem  
muito  lentamente,  mas,  a  longo  prazo,  isso  não  é  vagaroso. Por  fim,  o  caminho  da  vida  pelo Espírito produz algo que nada pode abalar ou destruir.   

Não nos devemos opor a nada que seja genuinamente da Bíblia. As igrejas locais devem ser todo-inclusivas.  Entretanto,  quer  em  ensinamento,  quer  na  prática,  é  sábio  usar  as  coisas  que  são  
melhores. Quando chegarmos à generalidade e ao aspecto prático da vida da igreja nos próximos capítulos,   isso   ficará   cada   vez   mais   claro.   Muitas   coisas   não   se   incluem   no   âmbito   da  
peculiaridade - a nossa fé cristã - mas na esfera do aspecto prático. Um exemplo é o ler-orar. Nós não  insistimos  nisso,  porque  não  é  um  item  da  nossa  fé  cristã,  mas  algo  para  a  nossa  prática. Creio  que,  por  compartilhar  dessa  maneira,  todos  nós ficaremos  cada  vez  mais  esclarecidos  a esse respeito.   

                             

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